Um escritor negro comenta na minha postagem que viu o vídeo várias vezes e não descobriu racismo. Em seguida, diz que, se o rapaz denunciante sentiu que era racismo, ele se cala. Mas é de entendimento fino e pergunta a seguir se foi registrado B.O. Claro: um B. O. exigiria investigação e determinação objetiva. Uma pose de ofendido não precisa de comprovação. Por isso espero que ele o tenha feito e um processo seja instaurado.
Penso que esse é o problema: se o racismo for algo que depende da subjetividade, as manipulações se tornam mais fáceis e o direito de defesa desaparece, pois de nada valeria a escritora banida afirmar que “não sentiu” que estava sendo racista.
O poder absoluto da subjetividade do ofendido é um absurdo: alguém poderia arguir, por exemplo, que sentiu racismo nas minhas postagens. A esses eu diria, como sugeriu o escritor: registre B.O. e veremos...
Outra questão importante que o Marcos levanta no breve comentário é: parece que estamos criando “hierarquias de opressão”, dentro da qual uma mulher branca pode sofrer mais do que um homem negro e ser até banida.
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Esta deve ser a última postagem que faço sobre o assunto. Foi dolorido e cansativo voltar tantas vezes a esse tópico, mas foi bom ter propiciado espaço para pessoas que não cedem ao impulso da horda justiceira se expressarem. Até que valeu, então, ser xingado em público e em privado... Assim como valeu, quando defendi o direito de defesa de Silvio Almeida e apontei a fragilidade e provável má intenção da tal ONG que afinal não tinha colecionado as denúncias que disse possuir, ter sido ofendido “inbox”: por não ir no embalo eu seria um conivente com abusos e até um potencial estuprador.
É o poder da horda. Antigamente um boato era suficiente para a caça e o massacre da bruxa da aldeia. Há pouco tempo, como no caso da Escola de Base, a horda seguia a imprensa escrita ou o boato de bairro, e assim satisfazia a sede de justiça no justiçamento. Agora a internet é um espaço e uma forma mais eficaz. Mas pelo menos é um espaço aberto, que permite a contestação e o chamado à razão, ainda que não resulte muito.
#flipoços #racismo