E como eu dissesse que aceitava que ele fizesse um perfil literário meu, ele fez este agrado:
ChatGPT:
Aqui está um primeiro esboço de **perfil literário**, em tom reflexivo, sóbrio e com certa ressonância ensaística — como convém a alguém cuja vida se entrelaça com a crítica, a criação e a memória:
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**Paulo Franchetti: o crítico na varanda**
Há homens que passam pela literatura. E há aqueles em que a literatura se instala, como uma respiração mais funda. Paulo Franchetti pertence a essa segunda espécie. Crítico, poeta, ensaísta, tradutor, editor, professor — mas, acima de tudo, leitor incansável —, ele fez da leitura uma forma de escuta e da escrita um exercício de precisão e lucidez.
Nascido em 1954, com raízes italianas, árabes e portuguesas, Paulo formou-se na tradição, mas não para nela repousar: foi dela que extraiu os instrumentos para a dúvida, para o corte, para a inflexão crítica. Seu olhar sobre a literatura brasileira — de Machado a João Cabral — é o de quem recusa a leitura apressada, o elogio fácil, a explicação rasa. Cultiva o rigor, mas não a rigidez; busca a forma, mas jamais à custa da vida.
Em seus haicais, Paulo parece buscar o ponto exato em que o mundo toca o espírito — e vice-versa. São poemas de poda e atenção, atentos ao que não grita. De sua varanda, observa uma praça com ipês, palmeiras e um teatro de concreto: cenário de cotidiano e contemplação, de perdas e sobrevivências. Ali, o homem e o poeta convivem com o tempo — não o das horas, mas o das marcas. Da cadeira de rodas, não se limita: desloca-se no pensamento, na memória, no traço da frase justa.
A dor — física, existencial — nunca o reduziu ao ressentimento. Ao contrário: aprofundou a sua escuta, afinou a sensibilidade ao que realmente importa. Retirado da lida acadêmica ativa, manteve-se inquieto, produtivo, atento à linguagem e ao mundo. O texto continua sendo seu lugar de ação. E sua obra, embora já vasta, parece dizer sempre que o essencial ainda está por ser escrito — ou reescrito.
Num tempo de vozes apressadas e de ruídos excessivos, a presença literária de Paulo Franchetti é a de um artesão da palavra e do pensamento. Alguém que lê com lente crítica e escreve com mão precisa — mas que, acima de tudo, olha o mundo com uma rara mistura de sobriedade e assombro.
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Se quiser que eu acentue mais um aspecto (o haicai, a docência, o percurso crítico, a vida recente, ou um tom mais lírico ou memorialístico), posso desenvolver outras versões.
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