Os “Sonetos” do Só, de António Nobre
[texto apresentado no colóquio Nobre/Nemésio, realizado na FFLCH/USP, em 2001]
Quando comecei a pensar nos
sonetos de António Nobre, estava lendo o Só na segunda edição, a última
em vida do autor.
Minha
primeira observação foi que, no conjunto de 8 seções que compõem o Só, apenas
uma se nomeia aparentemente segundo a forma dos poemas nela dispostos:
justamente a dos “sonetos”, integrada por 18 peças, sem título e numeradas
seqüencialmente. As demais se nomeiam ou de acordo com o recorte temático
(nesse caso, é ainda preciso separar as que levam o nome do poema único que
encerram e as que englobam vários poemas e têm nome diferente de qualquer
deles), ou de acordo com o tom, o registro genérico dos poemas, “elegias”.[1]
Dessa
constatação, decorre muito naturalmente uma questão crítica: seria “sonetos”
uma designação apenas formal? Isto é: “sonetos” significa “o conjunto dos
sonetos do Só?”. A questão se apresenta, durante a leitura, porque o
penúltimo poema da seção imediatamente anterior é um soneto: o intitulado
“Menino e moço”. Se “Menino e moço” é um soneto e não está no conjunto
denominado “sonetos”, algo parece estranho. Assim também o percebeu Amorim de
Carvalho, que no seu Tratado geral da versificação, tratou de descobrir
uma explicação para a aparente contradição. De fato, observando que, “Menino e
moço” sendo um soneto em versos alexandrinos, seu oitavo verso é decassílabo,
especulou desta forma: “A anomalia dum só verso, fácil de corrigir, mas que
António Nobre quis manter – era, ao tempo, já uma certa ousadia –, explicará
por que o poeta colocou o soneto fora do conjunto dos seus sonetos do Só?”.[2]
Se tivesse
estendido sua indagação à totalidade do Só, Amorim de Carvalho veria que
essa explicação não funciona, pois na seção denominada “Elegias” existem dois
outros sonetos alexandrinos sem qualquer problema de heterometria: “Santa Iria”
e “Enterro de Ofélia”.[3]
Ou seja, são 3 os sonetos que não
integram a seção “Sonetos”. Portanto, podemos já dar por certo que esse título
não significa “o conjunto dos sonetos do Só”. Ora, se não é uma marcação
que indica uma constante formal, só resta buscar outra explicação para o
título. Na minha opinião, ‘sonetos’ é uma referência ao livro mais prestigioso
denominado de acordo com a forma, surgido nos anos de formação de Nobre: os Sonetos
de Antero, concebido e divulgado como um livro de autobiografia
intelectual. Nas palavras do seu autor: “Ele forma uma espécie de autobiografia
de um pensamento e como que as memórias de uma consciência”. Ou, no dizer de
Oliveira Martins, uma coleção de poemas que se organiza de forma
simultaneamente “biográfica e cíclica”.
Entretanto, para compor essa
“memória de um pensamento”, ou esse desenho “biográfico e cíclico”, a ordenação
dos sonetos de Antero foi feita tendo como critério organizativo a suposta cronologia
dos textos. O que parece muito razoável, num tempo em que poesia e vida, poesia
e autobiografia, poesia e confissão eram termos que possuíam uma ampla faixa de
sobreposição de sentido comum, embora hoje saibamos que, para não violentar nem
a cronologia suposta, nem o desenho da evolução espiritual deseja, Antero e
Oliveira Martins tiveram de proceder a “adaptações” na posição relativa de
alguns sonetos.
Ora, se a leitura dos “sonetos”
de Nobre revela um claro desenho temático, que é também um desenho, digamos
assim, “biográfico”, a marcação das datas de composição dos poemas não permite
nenhuma postulação semelhante à que se encontra no livro de Antero.[4]
De fato, as datas oscilam sem ordem aparente entre 1884 e 1991, bem como os
locais de composição, apostos ao poema. Isso me levou a pensar que já para
Nobre autobiografia espiritual e autobiografia positiva não eram já a mesma
coisa. Ou, dizendo de outra forma: que
para Nobre o desenho ideal da personalidade era uma construção a partir
de experiências várias, vividas em momentos vários. O que não é sem importância
para a compreensão da poesia de Nobre, tantas vezes entendida como pura
confissão espontânea.
Isto posto, e mantida a distinção
entre construção biográfica e autobiografia, voltando à ordenação da seção
“Sonetos”, parece fácil identificar o desenho biográfico ali presente: o
conjunto abre com um poema que apresenta o conjunto e que ocupa, na seção, o
mesmo lugar que Memória na totalidade do livro, e a seguir prossegue
tematizando o nascimento (soneto 2), a infância (soneto 3) e prossegue pela
juventude, até a constatação do fracasso (soneto 13), o exílio voluntário
(soneto 14) o terror da morte (sonetos 15 e 16), a constatação do caráter
ilusório da vida (17) e, por fim, da
inutilidade de todos os esforços, com o conseqüente desejo de descanso, só
possível na aniquilação. Em seguida, pude investigar a hipótese de que a seção
dos “sonetos”, vindo ao final do livro, funcionava como uma espécie de recolletio,
de retomada sintética, dos temas e motivos que constituem o Só. Nessa
etapa de trabalho, pareceu-me bastante plausível que há uma homologia de
estrutura entre “sonetos” e a totalidade do Só.
Nessa homologia, o primeiro
soneto tem função muito parecida com Memória, traduzindo “o livro mais
triste que há em Portugal” no “missal dum torturado” e no “talvez choreis,
talvez vos faça pena”. Já o segundo soneto glosaria, em contraste irônico, o
poema “Antonio”, pois em ambos se tematiza a origem heróica, os lobos-d’água, o
‘lusíada’. O terceiro, por sua vez, com a sua “idade em que se é conde assim”
pareceu-me ecoar nitidamente o tempo evocado em “Lusitânia do Bairro Latino”,
“menino e moço, tive uma Torre de leite, / Torre sem par!”. Prosseguindo a
linha de leitura, a Purinha apareceria transfigurada nas virgens que passam ao
sol poente, e assim por diante, até o soneto 18, cujo anseio pelo descanso
proporcionado pela morte me parecia aproximar o final da seção do final do
livro, com os “Males de Anto”.
Estava nesse ponto das minhas
especulações, tentando levar adiante essa hipótese, quando me ocorreu verificar
o que se tinha passado entre a primeira e a segunda edições, no que diz
respeito ao conjunto que me interessava. Essa verificação acabou por alterar as
minhas hipóteses de trabalho.
É certo que o cotejo de várias
edições de um livro não nos deve iludir: a última edição tem autonomia completa
e não depende, no que diz respeito ao seu sentido geral ou particular, daquilo
que ela efetivamente substitui. Nesse sentido, é possível continuar a refletir
na linha antes apontada: a leitura de “sonetos” como uma recollectio do Só.
Ela não se enfraquece minimamente por conta do que vou dizer, como também não
se enfraquece a leitura da seção dos sonetos como um tributo a Antero, na clave
autobiográfica. Nesse caso, o distanciamento irônico do sujeito dos sonetos, em
relação ao sujeito dos demais poemas do Só, pode mais facilmente
entendido e motivado.
Mas o que me pareceu mais
interessante, de momento – mais interessante do que desenvolver essas duas
linhas de leitura seqüencial dos “sonetos” – foi pensar de outra forma,
lançando uma terceira e mais radical hipótese de leitura, para que especulemos
aqui sobre ela.
Vejamos, para formular essa
última hipótese, a estrutura do livro nas duas edições em vida do autor. A
listagem dos títulos já permite perceber as grandes alterações no desenho da
obra:
Para ter uma idéia melhor das
alterações de ordem, de título e de quantidade de peças entre uma edição e
outra, basta considerar a seguinte tabela:
O que me chamou a atenção foi
reconhecer o conjunto dos “sonetos” num agrupamento com título temático. Também
me chamou a atenção que esse conjunto não era composto, na primeira edição,
apenas de sonetos, mas que era encerrado por um poema em quintilhas.
“Terças-feiras” é um nome muito
significativo, dentro do Só. De fato, no poema “António” lemos:
Ao mundo vim, em terça-feira
Um sino ouvia-se dobrar! [...]
Vim a subir pela ladeira
E, numa certa terça-feira,
Estive já pra me matar.
A terça-feira, assim, no léxico
de Nobre, é o dia aziago, a data marcante em que se revela e reitera um destino
de eleição negativa. Na primeira edição, o conjunto vinha acrescido de alguns
sonetos depois suprimidos e todos tinham título. O soneto que passou a ser o
primeiro na segunda edição, o que nela começa com o verso “em horas que lá vão,
molhei a pena”, antes se denominava “Prólogo” e tinha uma variante no primeiro
verso, que se lia: “em horas de aflição, molhei a pena”. Esse título e esse
primeiro verso, como se vê, reforçam a leitura do título: são horas de aflição
as terças-feiras, são momentos de provação na via-crúcis que é a vida do
autor/personagem do Só. Isto reforça a idéia de que os “sonetos” sejam
uma autobiografia, nos moldes anterianos: um conjunto de poemas nos quais se
sintetiza, em momentos cruciais, um percurso biográfico.
A relação entre o título do
conjunto de poemas e a estrofe do poema “António” é clara e é reforçada pelo inusitado
da denominação. Mas se fosse precisa uma prova de que ela existe, bastaria
consultar as correções de Nobre à primeira edição do Só, com vistas à
elaboração da segunda. Lá, vemos que ele, em algum momento, pensou em manter o
conjunto denominado “Terças-feiras”, mudando-lhe apenas o nome para
“Sextas-feiras”, provavelmente para acentuar o paradigma crístico que percorre
o livro. Mas, quando pensou em fazer isso, tratou igualmente de corrigir, no
poema “António”, os versos que falavam em terça-feira, mudando aí também o dia
da semana. Ou seja, Nobre queria manter a relação entre os versos e o título da
seção, o que reforça a associação entre as “Terças-feiras” e aquela estrofe de
“António”. Também a reforça o fato de que, quando resolveu mudar de lugar as
“Terças-feiras” e rebatizá-las de “Sonetos”, voltou atrás na correção dos
versos de “António”, o que mostra que a correção se devia exclusivamente à
alteração do título do conjunto dos sonetos.
No que diz respeito à ordenação,
o conjunto das “Terças-feiras” é muito semelhante ao dos “Sonetos”, como se
pode ver na tabela a seguir:
Ora, se a progressão dos sonetos
era praticamente a mesma na primeira e na segunda edições, exceto por 3 textos,
que foram suprimidos, vejamos que textos são esses. São dois sonetos que
precediam o “Prólogo” e o que se intitulava “Ai de mim!” O primeiro deles era
uma espécie de envoi: “Ao Alberto”. Sua supressão (embora possa ser
explicada também pela razão privada do estremecimento da relação de Nobre com Alberto
de Oliveira, a quem era dedicado o soneto e, assim, a seção inteira) contribui
para integrar o conjunto “sonetos” no corpo do livro, bem como contribui para o
mesmo fim a supressão dos títulos muito pontuais, quase todos exclamativos, que
tinham sabor a registro em diário (gosto esse inconsistente, aliás,
considerando a ordem das peças e as datas de composição). De modo que, na minha
avaliação, a supressão do “envoi”, dos três sonetos e dos títulos de todos fez
com que o conjunto ganhasse em força e em amplitude simbólica., reforçando, ao
mesmo tempo, pela acentuação da linha temática e “cronológica”, a possibilidade
de leitura do conjunto como autobiografia espiritual.
Julgando plausíveis as hipóteses
de leitura que havia formulado sobre a seção “sonetos” da segunda edição do Só,
comecei então a refletir sobre a posição relativa das seções “Terças-feiras” e
“Sonetos”, no corpo dos dois volumes.
A primeira constatação a fazer é
que o conjunto de sonetos sofreu uma mudança radical de posição: admitido o
desenho temático acima esboçado (anotações de momentos fortes na vida do
sujeito lírico do Só), o deslocamento da posição inicial para a posição
quase final, bem como a divisão de todo o volume em seções com subtítulo,
parece claro que o sentido do conjunto adquire conotações muito diferentes em
cada um dos livros.
Quanto à posição, é interessante
considerar a relativa simetria inversa do lugar do grupo das
“Terças-feiras”/“Sonetos”. O Só, na primeira edição era composto por 29
peças, além do conjunto “Terças-feiras”; na segunda edição, são já 34 peças,
além do conjunto dos “Sonetos”. Na primeira edição, as “Terças-feiras”
apareciam na oitava posição seqüencial, logo depois de “Memória”, “António”,
“Menino e Moço”, “Os cavaleiros”, “Purinha”, “Elegia” e “Os sinos”. Na segunda
edição, os “Sonetos” aparecem perto do final do livro, seguidos das sete
elegias e do poema final “Males de Anto”.
Ou seja, se as
“Terças-Feiras”/“Sonetos” reproduzem de alguma forma o desenho temático do Só,
na primeira edição elas tem a função de um anúncio, uma espécie de mapa do
caminho. Na segunda edição, como já assinalei acima, de recollectio, de
retomada sintetizadora do trajeto desenhado ao longo do livro. Essa posição
algo especular poderia ser justificada com outros argumentos, mas de momento
julgo que o mais interessante é observar que “Elegia”, que na primeira edição
vinha antes das “Terças-feiras”, na segunda vem após, vindo esse título a
denominar todo o conjunto de poemas em que a antiga “Elegia”, agora renomeada
“Na estrada da Beira”, passa a integrar.
Feita essa constatação, ocorreu-me esta
terceira hipótese de trabalho, que agora interpela não a segunda edição do Só,
mas a gênese do livro, enquanto objeto articulado segundo um plano
significativo. Essa hipótese constitui, na verdade, a negação daquela que expus
logo no começo desta apresentação, e consiste no seguinte: se, lendo a segunda
edição, tive a impressão de que os
“Sonetos” consistiam na síntese do desenvolvimento temático do livro,
preparando o momento elegíaco e permitindo o gran finale dos “Males de
Anto” (e aqui seria preciso lembrar os comentários de Paula Morão sobre a
redução de António a Anto), agora, com o cotejo das edições, minha intuição é a
de que os sonetos das “Terças-feiras”, isto é, o seu desenho temático, sua
progressão, constituem a matriz da arrumação final dos poemas do Só na
segunda edição.
Na primeira edição, vale lembrar,
todos os poemas até o soneto número 3 (que é o que vai abrir o conjunto, na
segunda edição), vêm datados de “Paris, 1891”. Isso dá a essa edição um
movimento que já não está presente na segunda: o livro se estrutura a partir do
exílio, sendo os sonetos o primeiro momento em que a data da composição está
situada fora da perspectiva parisiense. E tão forte é essa perspectiva que,
para não quebrá-la, Nobre, antes de alterar radicalmente a estrutura do livro,
julgou dever explicitar esse ponto de vista, ensaiando interessantes subtítulos
ao poema “Purinha”: Ideal cristão, Ideal dum poeta místico, Ideal dum
parisiense, Ideal fim-de-século e, por fim, Ideal dum decadente.
Não preparei muitas justificações
para esta asserção de que as “Terças-feiras” constituem a matriz da rearrumação
do Só, exceto as que podemos encontrar na observação do movimento dos
poemas de uma edição para outra. Mas creio que é uma fecunda hipótese de
trabalho, para quem se interessar pela estrutura do Só. E já que estou
aqui expondo apenas hipóteses interpretativas, que ainda precisariam ser
ensaiadas num texto mais longo, queria logo registrar que mesmo a substituição
do poema “Memória” (que era um texto dedicado ao pai e à mãe, intimista e
circunscrito ao domínio familiar) pelo poema homônimo (que agora ganha uma
dimensão simbólica muito mais ampla) me parece ser um movimento no sentido de
adequar todo o desenho do livro ao movimento expresso nos sonetos.
Tinha pensado e preparado, para
esta fala, uma apresentação do movimento interno do núcleo dos “sonetos”, com
especial atenção, nele, para o número quatro, que me parece um dos mais belos
da língua portuguesa. Mas depois, pensando bem, julguei que, nesta reunião,
seria mais interessante apenas dar forma a algumas intuições confusas de
leitor. Já que não sou especialista no poeta, tentei assim fazer da deficiência
uma vantagem; e da ingenuidade, um trunfo e uma bandeira na homenagem a este poeta
que durante tantos anos passou pelo mais ingênuo e espontâneo, além de o mais
triste que já houve em Portugal.
Bibliografia:
Morão, Paula.
O Só de António Nobre – uma leitura do nome. Lisboa: Editorial
Caminho, 1991.
Nobre,
António. Só. Paris: Missão Permanente de Portugal Junto da Unesco, 1992
(repr. fac-similar do exemplar da primeira edição do Só, anotado pelo
poeta)
Nobre, António. Só. Porto: s/e, 1939 (6.ª ed.)
Anexo
– lista dos poemas e seções da segunda edição do Só:
Memória, s/d
ANTONIO
Antonio (Paris, 1891)
LUSITÂNIA
NO BAIRRO-LATINO
Lusitânia no Bairro-Latino (Paris, 1891-2)
ENTRE-DOURO-E-MINHO
Purinha (Paris, 1891)
Canção da felicidade (Paris, 1892)
Para as raparigas de Coimbra
(Coimbra, 1890)
Carta a manoel (Coimbra, 1888,89,90)
Saudade (Paris, 1894)
Viagens na minha terra (Paris, 1892)
Os figos pretos (Coimbra, 1889)
Os sinos (Paris, 1891)
LUA
CHEIA
Da influência da lua (Porto, 1886)
D. Enguiço (Paris, 1893)
O meu cachimbo (Coimbra, 1889)
Balada do caixão (Paris, 1891)
Febre vermelha (Leça, 1886)
Poentes de França (Paris, 1891
À toa (Porto, 1885)
Ao canto do lume (Paris, 1890-1)
LUA
QUARTO-MINGUANTE
Os cavaleiros (Paris, 1891)
A vida (Paris, 1891)
Adeus! (Paris, 1893)
Ladainha (Paris, 1894)
Fala ao coração (Coimbra, 1888)
Menino e moço (Leça, 1885) /soneto/
O sono de João (Paris, 1891)
SONETOS
I (Coimbra,
89)
II (Coimbra,
89)
III (Porto,
87)
IV (Porto,
86)
V (Porto,
84)
VI (Hamburgo,
91)
VII (Porto,
89)
VIII (Leça,
89)
IX (Coimbra,
90)
X (Coimbra,
89)
XI (Coimbra,
88)
XII (Colônia,
91)
XIII (Coimbra,
89)
XIV (Oceano
Atlântico, 90)
XV (Golfo
de Biscaia, 91)
XVI (Canal
da Mancha, 91)
XVII (Mar
do Norte, 91)
XVIII (Paris,
91)
ELEGIAS
A sombra (Coimbra, 1888)
Pobre tísica (Leça, 1889)
Santa
Iria (Leça,
1885) /soneto/
Enterro de Ofélia (Leça, 1888) /soneto/
Na estrada da Beira (Paris, 1891)
Ca (ro) da (ta) ver (mibus) (Leça,
1885)
Certa velhinha (Paris, 1891)
MALES
DE ANTO
Males de Anto
1.A ares numa aldeia;
2 Meses depois, no cemitério
(Paris, 1891)
[1] Seções
compostas por poema único: “Antonio”, “Lusitânia no Bairro Latino” e “Males de
Anto” (este em duas partes, que talvez possam também ser consideradas dois
poemas); denominações temáticas: “Entre-Douro-e-Minho” (8 poemas), “Lua cheia”
(7 poemas), “Lua quarto-minguante” (8 poemas); denominação genérica: “Elegias”
(7 poemas).
[2] Amorim
de Carvalho. Teoria geral da versificação. Lisboa: Editorial Império,
1987, vol. II, p. 102
[3] Ver, ao
final deste texto, a tabela do Anexo, que apresenta a sucessão dos
poemas na segunda edição. Nela, os sonetos que não integram o núcleo denominado
“Sonetos” vêm identificados entre / /.
[4] Ver a
tabela do Anexo 1, no final deste texto.